Reciclagem e coleta de lixo foram o assunto da sessão promovida pelo Câmara Cultural em 23/04. No evento, além da exibição do filme “Lixo Extraordinário”, foi promovida uma roda de conversa que contou com as participações do Secretário de Meio Ambiente, Saulo Nunes, do professor do Cefet, Alisson Marques, do Secretário Executivo do Consórcio Cias, Agostinho Oliveira, e Mateus Felipe, supervisor comercial da Integração Resíduos.
O filme que foi rodado em 2010, conta sobre o trabalho social feito pelo artista visual Vik Muniz com os catadores de material reciclado que trabalhavam no aterro de Duque de Caxias RJ, e procura discutir sobre a invisibilidade desses trabalhadores, a relação entre arte e consumismo, a inação pública sobre a questão do lixo, entre outros pontos.
Um dos tópicos da roda de conversa realizada no evento, foi o financiamento do tratamento do lixo, e Saulo Nunes, Secretário de Meio Ambiente, comentou sobre a necessidade da cobrança da taxa de lixo que é imposta pelo Novo Marco do Saneamento. Vale lembrar que o projeto de lei que pretendia criar essa taxa foi rejeitado pela Câmara em 2022.
Saulo ainda aproveitou para comentar que o tratamento do lixo aumenta o recurso recebido pelo Município oriundo do ICMS Ecológico. Outro assunto abordado pelo Secretário foi o índice de aproveitamento pela ReciCarmo do material reciclado coletado que fica na faixa de 3%.
Essa realidade é agravada, segundo Nunes, pelo fato dos catadores independentes recolherem os materiais com mais valor econômico, antes do caminhão.
Para discutir a ampliação da coleta do material reciclado, foi a realizada a apresentação do Aplicativo Recicle ++ que foi desenvolvido por meio de uma parceria entre o Cefet/ Divinópolis e a USP. Alisson Marques, professor do Cefet, explicou que esse aplicativo permite uma integração entre o doador de material reciclável e o catador, além de gerar uma rota de coleta, e permitir avaliações e produzir estatísticas do serviço.
Outro ponto discutido na conversa foi a participação de Carmo do Cajuru no Consórcio Cias. Agostinho Oliveira, secretário da entidade, explicou que 32 municípios do Centro-Oeste mineiro compõe o consórcio que terá a tarefa de administrar 320 toneladas de lixo por dia. Essa gestão envolve várias tarefas como triagem, reciclagem e compostagem, além do transbordo do material. Agostinho esclareceu que haverá nove pontos de transbordo entre os municípios e a unidade central, e o material não poderá ser transportado por uma distância maior do que 50 km. Todo esse trabalho será definido por uma licitação que será realizada na Bolsa de Valores B3 até o início de 2026.
Outro tópico da conversa foi a transformação econômica realizada no lixo que é gerenciado pela Integração Resíduos que produz combustível para fábricas de cimento, na usina de triagem, que se localiza em Bambuí, e que atende 30 cidades, de acordo com Mateus Felipe, supervisor da entidade.
