Relevo: O município de Carmo do Cajuru é quase todo um planalto. Cortam-no lindas várzeas de córregos e ribeirões, propícios para lavouras e pastagens. O vale do Maribondo é o que mais se destaca, não se esquecendo dos vales do Barreiro, do Empanturrado e da Mangonga, que também são fertilíssimos. Tem grandes extensões de cerrados improdutivos, como o da Estiva Grande. Hoje são mais valorizados que as terras de cultura, graças às modernas técnicas da agricultura.
Hidrografia: Carmo do Cajuru é muito bem servido de água, possibilitando o aumento da população e a montagem de grandes indústrias. Nossos cursos d’água fazem parte da grande bacia do rio São Francisco, dentre os quais destacamos os seguintes:
Rio Pará - Em 1747 já constava dos documentos da nossa região, quando se falava “cabeceiras do São Francisco”, talvez por não conhecerem o Oeste de Minas. Na língua indígena significa “grande”, “caudaloso”. Diz a revista A Prova, de 1998, da Câmara Municipal de Divinópolis, que ele nasce serra das Talhadas e foi “descoberto e nomeado pelos sertanistas que primeiro chegaram a Pitangui, ao final do século XVII”. Inicialmente se chamava “Pitang-y” ou “Rio das Crianças Abandonadas”. O Rio Pará banha o nosso município, limitando-nos com ivinópolis e Cláudio.
De acordo com informações fornecidas por várias pessoas moradoras em suas nascentes, tais como a esposa de Gercino Ribeiro de Andrade (Cicinho), ele nasce na fazenda do Gil de Cima, pertencente aos herdeiros de Alípio Ribeiro de Andrade, município de Desterro de Entre Rios, a quatorze quilômetros da sede do referido município, para cima do distrito de Pereirinhas. Segundo José Carlos de Camargos, o rio Pará “nasce da união do rio Mirandinha com o córrego Água Limpa, no Desterro de Entre Rios” (Ecologia, Modificações e Evolução do Rio Pará, ADESG, 1991). Depois de pegar muitos afluentes, tais como o rio do Peixe (Piracema), Itapecerica, São João e Lambari, além do nosso famoso ribeirão do Empanturrado, deságua no rio São Francisco, no município de Pompéu, perfazendo 277 Km. de extensão. Sua bacia hidrográfica tem 12.300Km2, abrangendo 35 municípios.
Lindas praias de águas ainda não-poluídas que dão lazer e descanso à população local e aos turistas de Belo Horizonte e outras cidades. A maior parte da nossa água potável vem do rio Pará, que passa bem próximo à sede do município. Em 1940, no lugar de uma ponte de madeira foi construída uma de cimento armado, nossa travessia para Divinópolis. Pouco acima da cidade está a Barragem de Carmo do Cajuru, inaugurada pelo então governador Juscelino Kubtschech de Oliveira, em 1954, cujas margens estão se tornando o nosso melhor local de lazer.
Ribeirão do Empanturrado - Nosso folclórico ribeirão corta o município de Carmo do Cajuru, passando pela sede e desaguando no rio Pará. Nasce na fazenda do Capão Escuro, perto do Empanturrado. Existe com esse nome, pelo menos desde 1747, como se vê pela carta de sesmaria do Pe. Antônio Gonçalves de Morais Castro e pela de Antônio Rodrigues Pereira. Suas cabeceiras foram o berço da nossa civilização, onde tudo começou. É um ribeirão muito importante geograficamente. Era ele que separava o antigo distrito do Empanturrado, criado em 1815, do distrito de São Gonçalo do Pará. Há várias cachoeiras nele: a dos Dias, acima da sede do município, a dos Coelhos abaixo, além de outras, como a da Vargem do Carmo, possibilitando aos antigos fazendeiros a montagem de monjolos e moinhos.
Ficar “empanturrado” significa “cheio demais”. De acordo com uma lenda muito antiga e conhecida de todo mundo na localidade, o topônimo contrasta com “Jacuba” (V. 15.9.2.). Sua ponte no centro da cidade foi construída em 1942. No lugar dela havia uma de madeira muito baixinha. A do bairro Jardim Alvorada foi construída pelos americanos em 1951, na época da construção da Barragem, para passar seus equipamentos pesados.
- Córrego do Barreiro - Foi um ribeirão muito importante, no tempo das sesmarias, quando havia muita água. Foi ele que deu nome à localidade. Nasce na fazenda do Barreiro e deságua no rio Pará, passando pelo povoado de Ribeiros. Consta dos documentos mais antigos da região, desde 1747, pelo menos.
- Córrego do Sapé - Um dos cursos d’água mais bonitos do município é o córrego do Sapé, em tempos antigos chamado de “ribeirão”. Nasce na Jacuba, passando por Olhos d’Água, formando lindas cascatas pela Serrinha abaixo e desaguando no rio Pará. Fica quase nos limites de Itaguara.
- Córrego do Bessa - O atual Córrego Fundo ou Córrego do Tota era o córrego doBessa em tempos antigos, pois ali, quase na foz do rio Pará, morava João de Bessa de Azevedo em 1785, atual fazenda de Geraldo Fonte Boa (XXX 33,AJP). Nasce no Córrego Fundo.
- Córrego de Angicos - Em 1823, o atual Senhor Bom Jesus de Angicos era conhecido por “Córrego Fundo”, nome do curso d’água local. D’água no ribeirão dos Coelhos, município de Itaúna.
- Córrego de Amoras - Nasce no Barreiro, para cima de Amoras e deságua no ribeirão do Empanturrado. Em tempos antigos era o córrego da Rapariga, nome da fazenda por onde passava.
- Córrego da Mangonga - Esse foi um ribeirão importante, no tempo em que havia muita água. Banha a antiga fazenda do Cajuru, hoje Cajuru Velho. Deságua no rio Pará. É o limite do distrito de São José do Salgado com o resto do município. Córrego do Salgado - No extremo norte do município temos o Córrego do Salgado, que nasce na fazenda das Posses e deságua no ribeirão da Água Limpa, município de Igaratinga.
Temos muitos outros pequenos cursos d’água espalhados pelo município, em cujas margens e nascentes prosperam lindas fazendas, tais como o do Brejo Alegre, no qual cai o da Água Sumida que nasce na Invernadinha.